Tradutor

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Comenda,Casével, Santarém 2021

 Casével

   O nome "Casével" não existe como lugar e era tido como freguesia. É um território bastante disperso composto por diversos lugares, cerca de 80 (Alqueidão, Vila Nova, Ponte Nova, Boiças, Marinheira, Polinho, Ribeira da Pipa, etc.), sendo de destacar a Comenda que era a sede da antiga freguesia e onde existiria uma comenda da Ordem de Cristo.

 Muito provavelmente a data da sua fundação deva situar-se em 1170 pelos cavaleiros templários, ao mesmo tempo que a Golegã e a reedificação do Castelo de Almourol, dentro dos primeiros trabalhos ligados à defesa e administração económica de Tomar. Com a extinção da Ordem do Templo, D. Dinis solicita a Roma a criação de uma nova ordem – a Ordem de Cristo (1319), onde existiria uma Comenda da Ordem de Cristo1.

   Mas a primeira notícia que faz referência a Casével como freguesia data de 1553, a qual referia que a freguesia de Casével tinha um povoamento predominantemente disperso, e era constituída por três núcleos populacionais: Alqueidão, Comenda e Vila Nova. Os núcleos de Comenda e Alqueidão, vulgo Casével, são já citados no "Cadastro da População do Reino", com o registo de cinquenta e sete fogos e uma população de cerca de duzentos e vinte habitantes, e a "Aldeia de Vila Nova de Casével" com 31 habitações onde viviam cerca de cento e vinte pessoas. A área de Casével chegou a ser substancialmente maior que a atual, isto pelo facto de ela ter estado anexada, em tempos distantes, à freguesia de Santa Cruz da Ribeira de Pernes, o que também aconteceu, durante algum tempo a Vaqueiros. Casével andou, durante mais três séculos, ligada ao antigo concelho de Pernes, criado por D. Manuel em 1514 e extinto em 1855. A freguesia de Nossa Senhora da Assunção de Casével era, em termos eclesiásticos, uma vigararia e o seu vigário, monge da Ordem de Cristo fazia parte da Mesa da Consciência e Ordens.

   D. Gastão Coutinho, que muito se notabilizou nas artes e letras, foi comendador desta freguesia, da qual era natural. Faleceu em 1533 e a sua memória foi perpetuada numa lápide sepulcral, brasonada com as armas dos Coutinhos gravadas na pedra, que se encontra no corpo da igreja em frente à capela-mor. Nesta lápide, pode ler-se a seguinte legenda em caracteres góticos: "Aqvi iz do gasta covtinho filho/q foy de code do goncalo q foy de m alva e comendador q foi de Casevel/e faleceu no anno de 1533".

   Casével possui várias quintas e propriedades rústicas de algum interesse (Quinta da Póvoa, Quinta de D. Rodrigo (ambas brasonadas), Quinta do Azedo, Quinta do Colmeeiro, e mais recentemente a Quinta M (dedicada ao Turismo e à Equitação) e a Quinta do Arrobe, entre outras, e em tempos tinha cinco ermidas: S. Julião em Vila Nova; Nossa Senhora da Madre de Deus, perto da quinta de Vale de Forcados, que pertencia a D. Gastão Coutinho; Nossa Senhora da Vitória; uma outra ermida situada na quinta do Colmeeiro; Nossa Senhora do Rosário, situada na Quinta da Rainha. Atualmente apenas possui uma capela – a capela de Santo António que foi remodelada e inaugurada em 2012, sendo que as restantes se encontram em ruínas.








Sem comentários:

Enviar um comentário