Belmonte é uma freguesia portuguesa do concelho de Belmonte, com 27,32 km² de área e 3 227 habitantes (2001). Densidade: 118,1 h/km². É uma freguesia territorialmente descontínua, achando-se dividida em duas metades pelo Colmeal da Torre.
Os vestígios mais antigos da presença humana no concelho remontam à Pré-história, no entanto são da época romana o maior número de testemunhos dessa presença.
A importância de Belmonte no contexto da História de Portugal releva da Idade Média, tendo-lhe sido concedida Carta de Foral em 1199 por D. Sancho I, que quereria "povoar e restaurar", assegurando, desta forma, o controlo político da região para a Coroa Portuguesa. Simultaneamente, e uma vez que se tratava de uma zona de fronteira com o Reino de Leão, iniciava-se a construção de reduto fortificado que nos finais do século XIII, a pedido do Bispo de Coimbra, a cujo senhorio pertencia, é transformado em castelo, sendo então construída a Torre de Menagem.
Nesse período, Belmonte é já uma vila em franco desenvolvimento, justificando a existência de duas igrejas (S. Tiago e Stª. Maria) e uma sinagoga. A este crescimento será travado com asGuerras fernandinas e a Crise de 1383-1385, que obrigam D. João I a conceder a Belmonte Carta de Couto, logo em 1387, a pedido do Bispo de Coimbra que nos disse que "o seu castello de bellmonte he muy despouado por rezam desta guerra".
Entre 1397 e 1398, D. João nomeou o primeiro alcaide do castelo, escolhendo Luís Álvares Cabral, que herdara em Belmonte o morgadio instituído por sua tia Maria Gil Cabral, mas é só em 1466, que a família Cabral se fixa definitivamente em Belmonte, aquando da doação a título hereditário da Alcaidaria-mor do Castelo a Fernão Cabral, membro do Conselho de D. Afonso V.
No séc. XVI Belmonte dará de novo um contributo importante para a história de Portugal através de Pedro Álvares Cabral que, em1500, comandou a 2ª. Armada à Índia e durante a sua missão descobriu o Brasil. Refira-se ainda a prestigiada figura de D. Jorge Cabral, que teve vários cargos importantes durante o século XVI, nomeadamente o de Governador da Índia enter 1549 e 1550.
Em 1510, D. Manuel concede nova Carta de Foral, reconhecendo a sua importância política e económica. Belmonte era então uma comunidade rural, dependente da pecuária e da agricultura, com algum comércio, que todavia terá sido prejudicado pelo Édito de Conversão dos Judeus em 1496, e responsável pelo surgimento de uma comunidade cripto-judaica que resistirá às perseguições daInquisição, até ao nosso século. O Século XIX, é marcado pela disputa de lugares políticos da Câmara e das Juntas da Paróquia.
Com a reforma administrativa de 1855, o concelho de Belmonte composto até então, pelas Freguesias de Maçainhas e Inguias é alargado ao Concelho de Caria, autónomo da Covilhã desde 1644. Em 1947 a freguesia de Belmonte é dividida, surgindo a nova freguesia de Colmeal da Torre e ficando o Concelho com cinco freguesias, situação que se manteve até hoje.
A profusão de belas e diversificadas imagens que acompanham cada texto dão realmente a conhecer os muitos cantinhos deste nosso Portugal - de uma forma bem agradável e com uma qualidade bem patente em todos os posts. Muitos parabéns, António!
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